Autores: Alexis Rosa NUMMER Luciana Graci RODELA |
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Nos contrafortes da Serra da Mantiqueira, a meio caminho entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no Município de Lima Duarte, está a Serra do Ibitipoca, entre as coordenadas 21o40' a 21o43' Sul e 43o52' a 43o54' Oeste. Numa área muito preservada desta Serra, encontra-se o Parque Estadual do Ibitipoca, cujo nome é originário da língua tupi, e significa "casa de pedra".
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"As melhores épocas do ano oferecidas à visitação do Parque são verão (temperaturas do ar médias em torno de 24oC) e inverno (em torno de 12oC), correspondentes aos meses de dezembro a fevereiro e junho a agosto", pois há boa visibilidade nestas épocas. A pluviosidade da área está por volta de 1100 mm ao ano. A uma distância de aproximadamente 3 km do Parque, com algumas relíquias arquitetônicas estilo barroco-rococó do século XVIII. A Vila de Conceição do Ibitipoca, constitui-se como uma extensão das infra-estruturas do Parque, com pousadas; refeições; guias turísticos; comidas típicas como pães de canela, de cebola e de queijo.
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Assim, a Geomorfologia, ao tratar das formas, se ocupa também de seus elementos geradores, por isso, além do relevo, a litologia, a hidrografia, os solos, são atributos geomorfológicos. Clima, gravidade e atividades química e biológica são importantes agentes geomorfológicos.
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Luciana Graci Rodela
A Serra do Ibitipoca está na interseção entre o Planalto de Itatiaia, que faz parte da Região Geomorfológica da Mantiqueira Meridional (pertencente ao Domínio das Faixas de Dobramentos Remobilizados do Brasil), e o Planalto de Andrelândia, faz parte da Região dos Planaltos do Alto Rio Grande (pertencente ao Domínio dos Remanescentes de Cadeias Dobradas do Brasil) (RADAMBRASIL, 1983).
Geologicamente a Serra está na unidade do Planalto de Andrelândia, que é constituída pelos relevos elaborados nas rochas metassedimentares do Grupo Andrelândia, como quartzitos e alguns trechos isolados de rochas cristalinas do Gnaisse Piedade. Sobre estas rochas, localmente, desenvolvem-se solos tipos Cambissolos álicos, e Latossolos Vermelho-Escuro (RADAMBRASIL, 1983).
O desenvolvimento mais acentuado da erosão nos gnaisses das áreas adjacentes (compostas por morros, colinas e formas intermediárias), devido a menor resistência, e portanto maior resposta às forças exógenas (o controle climático / fluvial foi maior), permitiu o realce topográfico da Serra, onde o controle estrutural predominou em relação ao intemperismo. Resultantes dos dobramentos formaram-se duas cristas anticlinais na área do Parque, sendo elas paralelas, e correspondendo às áreas mais altas da localidade. Atingem 1784m de altitude, no Morro da Lombada, e na crista paralela, 1721m no Pico do Pião.
O relevo da área do Parque, em escala local, apresenta as seguintes formas:
topos
vertentes
vales
formas isoladas
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Luciana Graci Rodela
Os solos que se desenvolvem localmente, no Planalto de Andrelândia e no Planalto de Itatiaia são os Cambissolos álicos de textura argilosa e média em relevo montanhoso e escarpado, com Latossolo Vermelho-Amarelo de textura média, ambos álicos, A moderado, afloramentos de rocha e Solos Litólicos. (RADAMBRASIL 1983).
No Parque, grandes extensões são compostas pelos afloramentos de rochas, ou por reduzidas quantidades de material detrítico grosseiro, não classificáveis especificamente como solos.
Ocorrem solos litólicos rasos, que muitas vezes são confundidos com solos turfosos, pois são muito escuros, mas não apresentam tanta matéria orgânica nem tanto excedente hídrico quanto a turfa, pois há um período sazonal considerável de deficiência hídrica no inverno na localidade (recentemente, foram descritos perfis de solos no Parque5, que deram origem a uma caracterização preliminar da distribuição dos tipos de solos).
Ao contrário do que possa pensar à primeira vista, o Parque apresenta diversidade de tipos de solos, pois tem seu desenvolvimento em categorias de tipos de solo (latossolos, podzólicos, Cambissolos etc.) dependente muito mais da posição topográfica, estrutura e formas do relevo (e em segundo plano, ainda dependendo das formas, da proximidade com a água) que da litologia (já que cerca de 80% da área é composta pelos quartzitos).
A litologia, no caso biotita-xisto ou quartzito dá a diferença, em termos físicos, de espessura e principalmente textura, sendo que os solos desenvolvidos em biotita-xisto são os menos arenosos (apresentando texturas médias) e os mais profundos.
Os solos melhor distribuídos pelo Parque são os litólicos rasos ou pouco profundos (entre 15 e pouco mais de 100 cm), de texturas arenosa a limo-arenosa, Cambissolos e Areias Quartzosas. Estes últimos apresentam alto grau de pedregosidade, ou seja elevada porcentagem de areia muito grossa (1 a 2 mm de diâmetro) e seixos pequenos (2 a 4 mm de diâmetro) a médios (4 a 10 mm). Foram descritos solos que continham cerca de 40% de pedregosidade.
Ocorrem também podzólicos e latossolos em terrenos mais suaves, e Latossolo Vermelho-Amarelo, em litologias biotita-xisto.
Podem ser encontradas turfas próximas aos rios, e em áreas de mata e litossolos rasos com grande quantidade de matéria orgânica em áreas concavizadas.
Em cabeceiras de drenagem desenvolvem-se pacotes arenosos profundos e naturalmente muito porosos: areia lavada grosseira, resultante da desagregação da rocha e deposição do material.
Os solos do Parque apresentam-se muito ricos em atividade biológica, com presença comum de larvas, minhocas, aracnídeos e cupins, principalmente nos horizontes mais superficiais. Nestes horizontes, há também muita matéria orgânica, principalmente nos terrenos mais concavizados, que possibilita maior retenção de material orgânico, apresentando acidez elevada, com pH variando em média entre 3,5 e 4,8.
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Luciana Graci Rodela
"(...) os escravos, antigamente, aproveitavam essa vantajosa situação e faziam dessa furna magnífico esconderijo onde podiam bem resistir á furia dos barbaros senhores". (...) Semelhante ao que se passa nas grutas calcáreas, as paredes da furna são forradas de uma camada de 1 a 2 centimetros de espessura em alguns pontos, em outros mais grossa, onde predomina uma argilla alva proveniente do "cimento" do grês."
O Parque abriga muitas cavernas, com potencialidade para existência de mais de vinte, tendo sido registradas quinze pela Sociedade Brasileira de Espeleologia.
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O sistema que constitui o Distrito Espeleológico
da Serra do Ibitipoca pode ser definido pelas seguintes características:
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O processo de formação de pipes é denominado piping. O pipe é um pequeno canal, centimétrico a métrico, originado, em quartzito, através da dissolução de sílica pela água e ácidos7 que percolam lentamente pelas porosidades estruturais (porosidades primárias: interseção entre fraturas e interseção entre fraturas e planos de acamamento.
A rocha torna-se então incoesa (processo de arenização) nos arredores destas estruturas que passam a concentrar os fluxos de água, aumentando a porosidade e consequentemente a permeabilidade local (desenvolvimento da porosidade secundária.
Os pipes passam a concentrar o fluxo da água, formando uma rota preferencial de desagregação mecânica da rocha (transporte de grãos pelo movimento das águas subterrâneas) (CORREA NETO, et alli, 1993). Os condutos e salões são ainda mais alargados devido ao enfraquecimento das camadas mais propensas à solubilidade, ou seja, são ainda potencializadas pela energia hidráulica, ocorrendo consequentemente abatimentos ("desabamentos subterrâneos") das cavernas.
As camadas de quartzito fino micáceo são mais suscetíveis a esse processo, justificando assim o maior tamanho das cavidades nela originadas. Sua menor grã favorece a dissolução, por oferecer maior superfície de contato com a água (CORREA NETO, et alli, 1993).
Algumas cavernas se formaram também por erosão fluvial, quando por exemplo, o rio diminui o seu trajeto após encontrar uma zona de fraqueza (CORREA NETO, et alli, 1993).
A carstificação (formação de cavernas) em quartzitos pode ser subdividida didaticamente por três estágios:
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Luciana Graci Rodela
"Não existe geralmente tão grande variedade de vegetação em terreno argiloso quanto entre rochedos."
Auguste de Saint-Hilaire, 1822.
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O tipo de vegetação endêmica
Campos Rupestres, com diferentes graus com as adjacências regionais,
constitui a maior extensão de vegetação Vanillosmopsis
do Parque.
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A paisagem é fortemente influenciada pelas Velloziaceae ("canelas de ema"), Orquidaceae, Bromeliaceae, Eriocaulaceae ("sempre vivas"), Cactaceae e um gênero arbustivo dominante de Compositae: Vanillosmopsis, popularmente conhecida como candeia.
As famílias melhor distribuídas, de modo geral, nos Campos Rupestres do Parque, são Gramineae, Compositae, Orchidaceae, Melastomataceae, Velloziaceae, Asclepiadaceae, Myrsinaceae, Polypodiaceae, Bromeliaceae, Rubiaceae, Euphorbiaceae, Eriocaulaceae e Ericaceae.
Ocorrem campos graminosos em áreas de solos litólicos mais rasos e com deficiência hídrica sazonal elevada (devido às características do solo e climáticas), e mais herbáceos em solos litólicos desenvolvidos em áreas concavizadas (cabeceiras de drenagem e tetos de grutas) ou em topos horizontalizados e alongados. Nestes últimos podem ocorrer pequenos arbustos esparsos ou em pequenos grupos com pouca diversidade de espécies em cada grupo.
Além dos Campos Rupestres, o Parque abriga uma área de mata ombrófila, conhecida como Mata Grande, contendo principalmente gêneros de Rubiaceae, Lauraceae, Myrtaceae, Euphorbiaceae, Nyctaginaceae, Melastomataceae, Annonaceae, Palmae, Apocynaceae e Monimiaceae (M. A. L. FONTES, 1996).
O Parque apresenta uma sucessão fisionomias de vegetação que são controladas por diferentes fatores ambientais. Para cada tipo, um fator é mais determinante na distribuição que outro, mas no geral, o relevo e as potencialidades que suas formas oferecem para o desenvolvimento de solos e escassez hídrica, constituem-se nos fatores que mais controlam a distribuição da vegetação.
Adensamentos arbustivos e matas ciliares
As matas ciliares, em sua grande maioria e extensão, constituem adensamentos arbustivos que acompanham a distribuição dos solos mais espessos, em condições de vertente ou de terrenos concavizados.
Esse subtipo de vegetação mostra-se úmido, com ação dos ventos reduzida, e com presença marcante e diversificada de bromélias, musgos, e nas bordas ou áreas menos sombreadas, muitos tipos de liquens.
As famílias que mais caracterizaram este subtipo de vegetação, distinguindo-o dos outros, estão representadas principalmente por Passifloraceae; Araceae; Gesneriaceae; Clusiaceae; Araliaceae; Begoniaceae, mas também apresentam outras famílias exclusivas e menos representativas como: Polygonaceae; Anacardiaceae; Bignoniaceae; Liliaceae; Ochnaceae; Palmae; Monimiaceae e Annonaceae. As plantas da família Solanaceae são quase que exclusivas desse subtipo, ocorrendo somente nas outras áreas, em locais de transição.
As características "matas de candeia" correspondem a adensamentos arbustivos, bem como às bordas da Mata Grande. São essencialmente constituídas por gêneros Vanillosmopsis: "candeia", "candeião", Compositae, mas também apresentam dentre as espécies arbustivas, muitos gêneros de Melastomataceae, Myrsinaceae, Rubiaceae e Labiatae.
Campos arbustivos
Há algumas famílias que parecem ser exclusivas desse tipo de fisionomia (campos com arbustos). São as Malphiguiaceae, Fabaceae, Dicranaceae e Celastraceae. Os arbustos mais ocorrentes são as "candeias" e "candeiões"; e as "quaresmas" (Tibouchina, Melastomataceae); Maytenus, Celastraceae e Byrsonima, Malphiguiaceae.
No Parque, geralmente estão entre 1300 a 1650m de altitude. Acima de 1500m de altitude os arbustos são muito isolados e muito menores, apesar de na transição ainda ocorrerem solos não muito rasos.
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Luciana Graci Rodela
O Parque abriga muitos animais ameaçados de extinção como Chrysosyon brachyurus ("Lobo-guará"), uma das "atrações turísticas" do Parque; Alouatta fusca ("bugio ou barbado"), Callicebus personatus ("sauá"), Amazonea vinacea ("papagaio de peito roxo"), Pyroderys scutatus ("pavó") e muitos outros. Há ainda relatos quanto a existência de Felis concolor ("onça parda"), e observações recentes de Brachyteles aracnóides ("mono carvoeiro").
Há mais de 150 espécies de aves identificadas pelo Instituto Estadual de Florestas; algumas espécies de mamíferos (primatas, roedores, marsupiais, felinos, morcegos); anfíbios; répteis e muitos insetos, porém, não há peixes no Parque, devido, possivelmente à acidez das águas, e uma série de outros fatores interligados (altitude, clima, vazão da água).
Pode-se dizer que cada uma das pequenas matas próximas às grutas, ou isoladas em concavidades dos topos e vertentes (vegetação em capões), e mesmo as áreas de transição, apresenta uma fauna específica e, muitas vezes isolada de outras "ilhas" de vegetação, como no caso dos primatas, que se diferenciam na composição e importância de determinada espécie em cada grupo de mata (HIRSCH et al, 1994).
Muitos animais se abrigam nas matas e nas grutas. Nestas últimas, aves nidificam, como a espécie Streptoprocne biscutata (andorinhão de coleira falha) ou apenas as utilizam para se abrigarem durante a noite. Os principais habitantes das grutas, em números de espécies, são os morcegos e os insetos. Os morcegos existentes no Parque são frugívoros ou insetívoros na grande maioria, como Sturnira lilíum, Carollia perspicillata, Myotis sp, Anoura caudifer e Desmodus rotundus (morcego hematófago) (AMÂNCIO, 1995).
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Os anfíbios, além das matas, ou
próximos a elas, se abrigam e se reproduzem na Lagoa Seca, principalmente
no período úmido.
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Luciana Graci Rodela
Em Ibitipoca, a influência do relevo sobre o clima é muito importante: a altitude e a topografia são diferenciadas e sobressaem-se localmente em relação às áreas vizinhas, originando um clima singular. A distribuição geral das temperaturas e pluviosidade são muito influenciadas pelas altitudes e formas de relevo.
Contrastam, numa área relativamente pequena, microclimas e topoclimas com variações consideráveis de umidade, calor, ventos e até mesmo chuva, influenciando na distribuição dos organismos. Os microclimas são diversificados pela grande quantidade de paredões, vales em garganta, grutas, pontes naturais, pequenos adensamentos arbustivos ao longo dos cursos d'água ou em concavidades do relevo, exposição de vertentes (portanto várias faces de exposição à luz) e de variação das declividades, bem como pela variedade de adensamentos de vegetação.
Há uma grande diferença no total de pluviosidade entre os arredores e o Parque, porém, dentro dele, as chuvas (assim como a umidade relativa do ar) se distribuem com relativa homogeneidade, se comparadas às áreas mais baixas (abaixo de aproximadamente 1.100m de altitude).
As diferenças de pluviosidade entre um topoclima e outro são suficientes para influenciar na distribuição dos organismos, se aliada às características físicas do ambiente (formas de relevo, propriedades e estruturas dos constituintes dos solos e litologia e estrutura da vegetação) pois a água é essencial para todas as formas de vida. Constitui-se no fator mais importante para distribuição de umidade.
Os conjuntos de vegetação da Serra do Ibitipoca, especialmente a partir de aproximadamente 1.600m, estão mais vulneráveis aos fortes ventos, o que significa que esses locais se ressecam mais facilmente, principalmente no inverno, quando os ventos são ainda mais velozes, e a pluviosidade diminui, contribuindo para o estresse hídrico dos solos.
O inverno apresenta períodos de seca, que duram, em média cinco dias, intercalados por cerca de um a três dias úmidos (com pluviosidade em média, nestes dias "úmidos" de 5 mm/dia). Esses períodos de seca são suficientes para restringir o avanço das espécies de plantas e animais para as área que apresentem menor capacidade de retenção de água.
As estações de outono e primavera mantém uma média diária de chuvas por volta de 30 mm/dia, com geralmente, no máximo, dois dias de seca. Parece haver uma faixa de maior quantidade de precipitação pluviométrica nas áreas entre 1.300 e 1.500m de altitude (de mata e adensamento arbustivo), aproximadamente. Isso ocorre porque os ventos vindos de sul, sudoeste, mais continentais e frios, (e o principal vale, entre as duas cristas anticlinais, está voltado para o sul) formam correntes ascendentes nas vertentes do vales do Rio do Salto, aumentando a nebulosidade.
As médias da umidade relativa do ar mantêm-se altas durante todo o ano e praticamente em todas as áreas do Parque, com pequenas diferenças de aproximadamente 5% a menos para os períodos mais frios e secos. Ocorre aumento da umidade relativa do ar através das nuvens formadas por orografia (ascensão do ar, ventos e formação de nebulosidade por influência da forma do relevo montanhoso) e, com isso, tempestades e chuvas isoladas e aumento da altura da pluviosidade mensal em cerca de 200 mm com relação aos arredores da área do Parque.
As temperaturas diminuem cerca de 0,5oC a cada 100m de altitude em direção aos altos nos períodos mais frios e secos, e cerca de 0,4oC nos períodos mais quentes e úmidos.
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Luciana Graci Rodela
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"Até o século XVII existiam
índios aracis na Serra do Ibitipoca, que foram totalmente exterminados
no século XVIII, com a Mineração do Ouro"
(BRANDT, 1994), e até o século XIX, predominaram, após
a Mineração, as culturas agrícolas e as pastagens
(BRANDT, 1994).
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Atualmente, os problemas estão relacionados ao turismo, que se tornou praticamente a única fonte de trabalho (direta ou indiretamente) para a população, bem como compõem-se de um fluxo descontrolado e sem estudos quanto ao impacto que está causando sobre o Parque de modo geral.
A área que corresponde hoje ao Parque era considerada de terras devolutas pelo Estado, que venceu um processo de posse contra a Igreja Católica, que dizia pertencer as terras, em 1932/3, recebendo seu primeiro administrador em 1964 (BRANDT, 1994).
O Parque foi criado em 04/07/1973 através de Lei Estadual número 6.126, pelo Governo de Minas Gerais, que passou o domínio das terras - totalizando 1.488 hectares - ao Instituto Estadual de Florestas (IEF).
Entre os anos de 1984 e 1987, foi fechado para visitação pública a fim de se implantarem equipamentos de infra-estrutura. Hoje é considerado um dos mais bem equipados parques do Estado.
Constam no Parque áreas de camping (com vestiários, banheiros, churrasqueiras, pias, mesas, lanchonete e estacionamento), trilhas que levam aos principais pontos turísticos e que recebem manutenção; portaria, Centro de Informações e Educação Ambiental, Casas de Pesquisadores, Casas de Funcionários (administradores), Casa de Visitantes (para ilustres visitantes), Centro de Manutenção (almoxarifado) e Pronto Socorro (este último não está em atividade).
A capacidade do camping hoje é para 50 barracas, mas o número de visitantes é muito grande devido a existência de mais dois campings, bem como pousadas e casas de veraneio, na Vila de Conceição do Ibitipoca e redondezas.
A Vila pode ser considerada uma extensão, ainda que precária, das infra-estruturas turísticas do Parque, devido sua proximidade. O problema é que a capacidade ambiental do Parque é menor que as "infra-estruturas" oferecidas pela Vila, Parque e arredores.
Devido a estas circunstâncias o número de trilhas vem aumentando espontaneamente, e com isso plantas e animais estão sendo cada vez mais confinados e a desagregação das superfícies recebe maior impulso, ocorrendo sulcos e ravinamentos nas trilhas oficiais e nas trilhas espontâneas.
Bibliografia
AMANCIO, M. R. C. (1995) Diversidade e densidade populacional de quirópteros do Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais. (Projeto). Belo Horizonte, Universidade Estadual de Minas Gerais / Instituto Estadual de Florestas.
BRANDT MEIO AMBIENTE. (1994) Parque Estadual do Ibitipoca: levantamento dos Aspectos Históricos e Culturais - Relatório Parcial - Volume 2. Minas Gerais, Brandt Meio Ambiente.
BRASIL, Ministério das Minas e Energia, Secretaria Geral. (1983) Rio de Janeiro/Vitória., In: Projeto RADAMBRASIL, Levantamento de Recursos Naturais. Volume 32.
CORREA NETO, A. V.; ANÍSIO, L. C. C; BRANDÃO, C. P. (1993) Um endocarste quartzítico na Serra do Ibitipoca, sudeste de Minas Gerais. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DE MINAS GERAIS, VII, Anais . Boletim Nr. 12, p. 83-6 - 1993.
HIRSCH, A.; SUBIRÁ, R. J. (1994) Levantamento e distribuição dos primatas no Parque Estadual do Ibitipoca, B. Horizonte, MG, (Relatório Técnico), BIRD/Pró-floresta/Secr. Planejamento/Instituto Estadual de Florestas/ENGEVIX Eng. S.A.
MARCELLI, M. P. (1994) Análise técnica sobre a micota liquenizada do Parque Estadual do Ibitipoca (Relatório). São Paulo, SP. Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais / Instituto de Botânica de São Paulo.
NUMMER, A. R. (1991) Análise estrutural e estratigráfica do Grupo Andrelândia na região de Santa Rita do Ibitipoca - Lima Duarte, sul de Minas Gerais. (Tese de mestrado), Rio de Janeiro, UFRJ.
PENTEADO, M. M. (1983) Fundamentos de Geomorfologia, Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
RODELA, L. G. (1996) Proposta de Compartimentação Ambiental para o Parque Estadual do Ibitipoca, MG. Trabalho de Graduação Individual apresentado para o Departamento de Geografia da FFLCH, USP. (1997).
ROSS, J. L. S. (org.); OLIVEIRA, A. U.; SCARLATO, F. C.; CONTI, J. B; FURLAN, S. A. (1996) Geografia do Brasil, Série Didática 3, Edusp, São Paulo.
SAINT-HILAIRE, A. (1822) Segunda viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais - 1822 - Vol. 11 - Trad. Vivaldi Moreira. São Paulo, SP, Edusp / Livraria Itatiaia Editora, 1974.
SILVEIRA, A. (1922) Memórias Chorográficas, Imprensa Oficial de Belo Horizonte, MG. Vol. 1, p. 329 a 347, 1992.
Luciana Graci Rodela
Pós graduanda em Geografia Física pelo Departamento de Geografia, FFLCH, Universidade de São Paulo. Bacharel em Geografia pelo mesmo Departamento. Endereço Acadêmico: Av. Prof. Lineu Prestes, 338 Caixa Postal 2530 Laboratório de Climatologia e Biogeografia / Departamento de Geografia / USP Cidade Universitária São Paulo SP CEP 05508-900 Fax: (011) 813-9350 Telefones: (011) 818-3787 (011) 746-3114 (res.) Realizou pesquisa durante a graduação, com duração de um ano e meio (1995 a 1996), financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, consistindo-se num diagnóstico ambiental simplificado e uma proposta de compartimentação ambiental para o Parque Estadual do Ibitipoca. Anteriormente realizou estágios na Assessoria de Meio Ambiente da Prefeitura do Município de Santo André, SP; no Departamento de Geomorfologia do Instituto Geológico de São Paulo e monitorou aulas de Cartografia Temática no Curso de Graduação do Departamento de Geografia, USP).